sábado, março 03, 2007

"I know not what tomorrow will bring..."

Quero escrever só porque penso que desse lado haverá uma leitura compreensiva e receptiva aos meus devaneios literários. Afinal, pouca gente à minha volta conseguirá decifrar as minhas introspecções metafísicas. Pouca ou quase nenhuma gente à minha volta revela interesse pela semântica das palavras que hoje se resumem a conversas e escritas banais e básicas que chegam a saturar a convivência social e a preferir, antes, o silêncio... Já não há "Pessoa" nas pessoas... aquele ser que enquanto viveu sempre se considerara um incompreendido e que hoje, prolifera pelos outdoors onde reinvindicam, por si, o voto de eleição do melhor... Como se houvesse um melhor. Não há. Há antes um conjunto de vários melhores. Cada um contribuiu para uma parte da nossa maravilhosa história. Sempre fui contra a evidência dos melhores. Ridicularizam e ostracizam ainda mais os "não melhores"... e limitam o conceito de "melhor" a ínfimas qualidades. O "melhor" a matemática poderá não ser o "melhor" a desenho... Nem acredito que o seja. Cada um tem um dom. Cabe-nos estimular esse dom e procurarmos ser o "melhor"... mas para nós, no meio de nós... não no meio de toda a gente... contribuindo antes para um "Melhor" Humanitário.

Por ser mais forte do que eu... esta força impeladora de movimentos falângicos que me "obrigam" a carregar nas teclas e a desenhar palavras como se elas tivessem algum sentido em existir... neste contexto. Não percebo, nem nunca perceberei por que é que, por mais voltas que dê ao Mundo, a sensação de soco seco na barriga continua a deixar-me controladamente retraída e a fugir... de tudo e de todos.