terça-feira, setembro 30, 2008

Dia do Bora lá fazer bebés

Noite mal dormida: a tal dor mensal que insiste em acordar-me de madrugada e andar feita zombie pela casa de olhos fechados na procura desesperada por um ibuprofeno 400mg.

Volto a adormecer. (à espera do efeito do comprimido)
Acordo. (ainda de madrugada)
Meto-me no duche. (ainda a dormir)
Saio do duche. (quase acordada)
Revejo as horas e penso como é que é possível acordar tão cedo para ir de viagem? Devia ser proibido. Não está na moda ser inconstitucional? Lembro-me do cartoon MAFALDA, sempre tão política, e imagino um balão em BD a sair da sua boca bem aberta:

Meto-me na estrada: são 200 kms e umas horas de trânsito até Coimbra. Antena 1 sintonizada com a voz arrastada e catarrosa do locutor que anuncia o programa "O Amor é...", entrevista de Inês Meneses (da qual eu sou fã, ouvinte assídua) ao Prof. Júlio Machado Vaz.

Foi mais ou menos assim:

Inês Meneses (IM): Prof, há alguma altura ideal para fazer o amor? Esta pergunta surge no seguimento da notícia recentemente divulgada que refere que este ano em Portugal, houve maior número de mortes do que nascimentos. Numa cidade da Rússia,

(desculpem mas não me lembro do nome, tenho alguma dificuldade em memorizar palavras russas... não sei porquê. Devia ser qualquer coisa parecida com Libutjin ou Litjuin ou .....jin ou nada a ver com isto, também é possível)

verificou-se um decréscimo acentuado da natalidade e resolveu consagrar-se o dia 12 de Setembro para o dia da fecundação, ou seja, o dia em que a população está oficialmente dispensada do trabalho para ir fazer o amor. Os bebés que nascerem 9 meses depois, mais particularmente no dia 12 de Junho, terão direito a um subsídio e ainda ao sorteio de um Jipe! O que pensa disto, professor? Primeiro de tudo, gosta da expressão Fazer amor?

Prof. Júlio Machado Vaz (JMV): Bem, para começar não gosto nada da expressão Fazer Amor, sempre disse isso aos meus alunos, porque me faz lembrar um conceito de engenharia civil, o verbo "fazer" o amor, mais parece que se coloca um tijolo, barra-se com cimento, coloca-se outro tijolo e faz-se o amor! Discordo desta expressão mas também, para ser sincero, não tenho outra alternativa...

IM: Ir para a cama? Seria uma alternativa?

JMV: Essa expressão também não gosto muito porque está a condicionar o acto à cama! Ora, às vezes apetece no sofá, outras vezes no tapete, não tem de ser na cama apenas... É como o conceito Preliminares, horrível! Os preliminares são tão importantes como o acto em si. (...) Em relação à medida adoptada por essa cidade russa, concordo com o dia de folga, apesar de considerar que não é por ser sorteado um jipe que a natalidade vai aumentar. A sociedade de hoje é demasiado exigente e a crise que se está a instalar (que nem a América se safou), não permite os casais terem filhos. Repare, os jovens que começam a trabalhar têm cada vez carreiras mais exigentes num mercado de trabalho cada vez mais competitivo, e por isso não abdicam da sua carreira para terem filhos. Hoje vive-se muito para o consumo individual (...) pelo que é natural a sobreposição da mortalidade sobre a natalidade.

Esta conversa recordou-me a minha última ida ao ginecologista e da pressão que senti quando, no meio de um exame, a médica me diz, super entusiasmada, que já está na altura para pensar em bebés!

Vómito reflexo:

Dá para parar de amadurecer?

Paragem obrigatória: qual Cannes e St tropez


St. Paul de Vence - Côte D'Azur
E o Brad que andou por lá a passear num dia antes.
tss tss...
Desencontros da vida.

segunda-feira, setembro 29, 2008

aNEWman



Há aquelas pessoas que
vêm ao Mundo e são inesquecíveis.
Há aquelas pessoas que
mais parece terem um dom inato.
Há aquelas pessoas que
deixam marca quando passam...

Uma marca indelével e eterna.



terça-feira, setembro 23, 2008

Paris, je t'aime


Paris, Paris, uh la la,
L'avenue, Faubourg, Marais.. St Germain no Chez Papa com Jazz de fundo. Sentir o sol de Outono, com aquela luz de amarelo seco, característico do Outono. Sentir a descida da temperatura no rosto, vestir os casacos e as boinas, percorrer as ruas lindas, lindas e apreciar o dia-a-dia parisien. Assitir ao glamour da noite, Hotel Côstes, Bhuda Bar et La Cantine... très chique! Ouvir um Je suis desolé e rir. É assim que se diz Lamento quando não têm o que pedimos.

É assim que eu um dia direi.

Acreditem.





terça-feira, setembro 16, 2008

Anti-ciclone ou o raio que isso significa




Apresentadora de meteorologia foi coisa que nunca aspirei ser. Lembro-me quando era pequena, ficava realmente surpreendida com a destreza dos apresentadores quando apontavam as cidades no mapa projectado atrás das costas sem olhar e sem trocarem a Guarda com o Porto! Ficava realmente embevecida e mais preocupada em saber se a sincronização dos gestos se coadunava com as palavras proferidas, do que propriamente com os raios e chuviscos em Lisboa. E depois há aqueles termos técnicos, tão prórprios e indecifráveis, que nos colocam um ponto de interrogação em cima da cabeça como se fôssemos bonecos que assimilam informação sem a sequer perceber.

Como se assim fosse.

Um quadro kitch para decorar a sala com um homenzinho a anunciar a meteorologia em todo o Mundo num código só perceptível pelos símbolos das nuvens e sóis (há plural de sol?). Foi assim que me imaginei, no outro dia de manhã quando tomava o pequeno-almoço a ver as notícias, antes de ir para o trabalho, quando da voz simpática do apresentador são proferidas as seguintes palavras:

(...) Verifica-se uma linha de instabilidade organizada... #"% anti-ciclone (&%#"6u)/&$# (...)



Linha de Instabilidade Organizada????

Linha de...

INSTABILIDADE ORGANIZADA??

Tipo o quê?

Como se fosse a entropia organizada?

Como se fosse "dor que dói e não se sente, um contentamento descontente?" Como o amor segundo a língua camoniana?

Qual será o objectivo deste léxico meteorológico profissional?

Assustar?
Vem aí uma coisa muitooooo má....

Desinformar?
Se não perceber, veja as imagens.

Parecer credível?
Nós somos realmente únicos na passagem de informação que ninguém entende.

Inatingível?

domingo, setembro 14, 2008

Lição nº1



"O que faz mal não é a mentira que passa pela mente, mas a que nela mergulha e se firma."
Francis Bacon filósofo


quarta-feira, setembro 03, 2008

Vasopressina

"Nascimento de Vénus" - Boticelli

A ocasião faz o ladrão? Ou ladrão que é ladrão e não trabalha para comer, rouba independentemente da ocasião e agora, mais frequentemente, em tudo o que é estação de serviço?

Passo a explicar: segundo um estudo da equipa de Hasse Walum publicado na última revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences:

A fidelidade "surge num gene que regula a acção da hormona vasopressina, que tem um papel mais activo no cérebro dos homens do que no das mulheres. Em animais, está bem estudada a acção desta hormona com a monogamia ou com a promiscuidade sexual. Essa relação foi documentada em estudos sobre duas espécies muito semelhantes de roedores americanos: o arganaz-do-campo (Microtus ochrogaster), que se liga a uma fêmea para toda a vida, e o arganaz-do-prado (Microtus pennsylvanicus), que é polígamo. Se se injectar o gene da vasopressina de um arganaz-do-campo no cérebro do seu primo dos prados, este passa a ter olhos apenas para a sua companheira." Nos humanos, 60% dos homens têm a variante monogâmica enquanto 40% são desprovidos deste gene que lhes garante a felicidade eterna... :) Daqui se depreende que nos homens, para além da ocasião fazer o ladrão, também nascem ladrões.

Tchiiii.. imaginem as desculpas:

"Querida, não tenho culpa, infelizmente nasci sem gene monogâmico..."

terça-feira, setembro 02, 2008