quinta-feira, setembro 27, 2007

Opposite

Por que é que o que uma pessoa quer, quer outra coisa que por sua vez quer outra; esta outra ainda quer mais... mas mais outra, outra diferente e não recíproca da coisa que o quer. Círculo vicioso?

Fdx.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Mudança









O taxista pende,
para uma faixa e para outra,

como uma Balança.



Mete a 1ª, o carro responde
Mete a 2ª, o carro pede mais
Mete a 3ª e insiste, aquele ruído sôfrego que pede mais uma...
Mudança.


E eis que ele percebe. E muda. De mudança.


Não consegue seguir uma só faixa de rodagem (importa?) e ainda me põe mais tonta do que eu imaginaria estar.


Mas chega ao destino. Chegou.


Eu, uma mera transeunte cujos sapatos ecoam como se fossem altifalantes numa rua deserta ainda sem vida quando... afinal alguém já acordou. Mesmo que seja a sapiência que não dorme tanto de noite e passeia, de madrugada, para acordar o dia.


Não estou tão só, afinal.


O que interessa é que ele pôs a 4ª e depois a 5ª e chegou ao destino.


É onde vais chegar.


Falta só a força para meter a mudança.

Força.

Tocam tão bem cá dentro

Estas músicas fazem-me tão feliz.
Com esta banda sonora tudo é possível... na minha imaginação.
É tão bom estar viva.


"Ocean Of Noise"
The Arcade Fire (Neon Bible)

In an ocean of noise
I first heard your voice
Ringing like a bell
As if I had a choice, oh well!

Left in the morning
While you were fast asleep
Into an ocean of violence
A world of empty streets

You've got your reasons
And me I've got mine
But all the reasons I gave
Were just lies to buy myself some time

In an ocean of noise
I first heard your voice
Now who hear among us
Still believes in choice?
Not I!

No way of knowing
What any man will do
An ocean of violence
Between me and you

You've got your reasons
And me I've got mine
But all the reasons I gave
Were just lies to buy myself some time

I'm gonna work it out
Cause time wont work it out
I'm gonna work it out
Cause time wont work it out for you
I'm gonna work it on out.



"Untitled"
Interpol (Turn on the bright lights)

surprise sometimes
will come around
surprise sometimes
will come around

I will surprise you sometime
I'll come around
I will surprise you sometime
I'll come around
when you're down

terça-feira, setembro 18, 2007

MAKE SOME NOISE

OlhOs vEndADOS:
Para que o Mundo veja que não está a ver.

voZEs que gRItAm:
Para que oMundo desperte da sua paralisia social.

(Quase que parece aquele macaco... que não vê, não ouve e não fala.)

Fomos nós tão pequeninos que neste domingo simbólico tentámos ecoar e acordar o Mundo da sua apatia imobilizante. Balde de água fria? Sim, éramos apenas 100. Mas mesmo assim puxámos pelo nosso interior e exibimos as nossas goelas para provar... sim, provar que é inconcebível parar, impossível ficar indiferente à calamidade dissipada mesmo ao nosso lado.

Ali já... ali.

Chega de tanta irresponsabilização. Chega de tanta indiferença e presunção.

Please MAKE SOME NOISE. Please SAVE DARFUR.

http://www.globefordarfur.org/act_now/signup.php

terça-feira, setembro 11, 2007

Herrar é umano

Apontas o dedo a quem te rodeia como se aspirasses ser o centro da razão. Eu sei que queres.

(Desculpa, mas não és.)

Não é porque aos teus olhos julgas ser um exemplo a seguir que faz de ti Messias.

Somos em parte seres autómatos comandados por moralismos socialmente impostos onde todos salivam por um erro alheio... para depois, orgulhosos do seu "puritanismo", exporem os dissidentes em praça pública como se fossem um qualquer facínora num juízo final.

Esqueceste-te que nunca me candidatei a um prémio Nobel da Paz. Não quero ser um exemplo a seguir. Exigiria de mim viver constantemente condicionada por opções hipocritamente defendidas, só para agradar quem? Uma sociedade que todos os dias se espelha em erros sucessivos?

Errar é humano. Fingir é que não é. Ainda bem que errei. Ainda bem que bati com a cabeça e fiz galo. Mas aprendi. Arrepender-me de ter errado? Medo de voltar a errar? Nunca. Como reflecte aquele filme lindo embalado pelo Philip Glass... Qual é o significado do arrependimento, quando na altura em que errámos não existia alternativa? É tão fácil arrependermo-nos do que fizémos quando as consequências são devastadoras... Não penso nada assim.

Assumo. Admito. Estou aqui para olhar de frente quem nunca errou, sem qualquer réstia de vergonha estampada no meu rosto. É a nossa dignidade que importa. A nossa força em admiti-lo e seguir em frente, absorvendo ao máximo o que tiramos desta vida para depois podermos viver conscientemente felizes. Sorte de quem nasce com um mapa orientador e vê sempre tudo a preto e branco... sem zonas cinzentas para atrapalhar o seu moralismo pregado.

(Deixem só que a tentação os tente... para ver se resistem.)

Viverei o resto da minha vida com as lições que aprendi na esperança de errar cada vez menos. Mas nunca deixarei de viver como quero, ou viver o que os outros me impõem, só por ter medo de errar.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Bonjour, Tristesse



Otto Preminger presenteou-me com esta maravilhosa adaptação do livro de Françoise Sagan naquela noite sob as estrelas, sentada na cadeira da esplanada da cinemateca.
No ciclo da Cinemateca "Cinema na Esplanada: Filmes da Praia, Filmes sobre Filmes e Elvis Presley". Vislumbrar Jean Seberg (linda, linda, linda...) reflectida no ecrã faz com que apeteça dizer Bonjour, tristesse... todos os dias.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Relativização

Oded Balilty, The Associated Press. A Jewish settler struggles with an Israeli security officer during clashes that erupted as authorities evacuated the West Bank settlement outpost of Amona, east of the Palestinian town of Ramallah.



Jan Grarup, Denmark. Displaced people wait for food distribution near the village of Habile, in Chad in November. Attacks by the Janjaweed, an Arab militia said to be backed by the Sudanese government, spread from the Darfur region of Sudan across the border to Chad. Janjaweed on horseback burnt the villages of black African farmers on both sides of the border, killing and raping inhabitants in a pattern of ethnic violence that has displaced hundreds of thousands.


Arturo Rodríguez (30), Spain. Tourists, security forces, and Red Cross workers attend to African migrants who have landed on La Tejita beach on Tenerife, in the Canary Islands, Spain. Tens of thousands of migrants arrived in 2006, in small wooden boats with up to 150 people on board. They faced a sea journey of some 1,000 kilometers, and many arrived starving, dehydrated, or died on the way. Some migrants are repatriated, others are sent to mainland Spain, but many end up in limbo, unable to gain work papers yet unwilling to go home.

Akintunde Akinleye, Nigeria, Reuters.A man rinses soot from his face at the scene of a petrol pipeline explosion in Lagos, Nigeria, on December 26. At least 260 people were killed after a punctured pipeline caught fire. Thieves had tapped
it to fill tankers with petrol for resale, and hundreds of people had gone to the scene to scoop up leaking fuel in plastic containers. Pipeline vandalism and fuel theft are common in Nigeria, the world's eighth largest exporter of oil, where most people live in poverty.

Vão ver e relativizem todos os vossos pequenos problemas.
World Press Photo 2006 no Museu da Electricidade.