quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Fada do Lar
















Hoje sonhei que entrava numa divisão de uma casa, mais propriamente numa lavandaria toda organizadinha, com a roupa toda bem dobradinha e passada a ferro, tão especialmente cuidada que mais parecia um anúncio ao Skip.

Não acho normal.

Tenho mesmo de ir tratar da minha roupa.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Não sou a única



















"Acredito no mistério e nos segredos, na atracção obsessiva pelo que não se conhece. Acredito que isso é um dos motores das coisas."

in Revista da discoteca Lux, Fevereiro -Teresa Villaverde
Realizadora

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Kirchner&Schiele

Gosto especialmente destes pintores. Foi amor à primeira vista:

- Egon Schiele:


- Ernst Ludwig Kirchner:



quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Bad Hair Day



Não tomei pilulas de estrogéneos mas acho que o boom hormonal cíclico de estrogéneos naturais

(e tenho de parar de uma vez por todas de me desculpar constantemente com a fisiologia feminina, até a mim já me irrita),

fez-me acordar num daqueles Bad Hair Days.

Para além dos meus folículos pilosos retrairem-se com esta humidade ambiente de nevoeiro, afectadora de penteados demoradamente arranjados na tentativa de serem um pouco sedutores a olhares alheios

(sim, porque eu não tenho aquele cabelo Pantene espectacular que acorda belissimo logo de manha, e nem tentem passar os dedos, são capazes de apanhar ovos... por isso desgasto algum tempo sim, em produtos suavizantes, amaciadores - a minha auto-estima é que precisava de um amaciador agora - e secador XPTO a bombar tal qual uma profissional cabeleireira -CLAUDÉTE, a Cabelêrêra Porfissionau.... Uau uau, mas que bem que ela está... cabelo esticadinho, todjinho arranjadinho,

o quê?? olha só a pilantra! como fica aquele cabelinho dji rato assim que apanha com humidjadje.. ahaaha

bah bah deixem-me)

Ponta de cabelo para um lado, ponta de cabelo para cima, ponta de cabelo que se encaracola e assume vincadamente a sua personalidade própria.

Se algum dia o rapar, deixarei de ter Bad Hair Days?

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Novo Ponto de Vista






Se de repente
Ficasses junto de mim
E eu estivesse de saltos altos
Conseguirias perceber
O quão pequenino és
Ao meu lado.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Os meus Amores




Rendi-me ao Amor e dei importância ao verdadeiro amor que preenche a minha vida.
Quero estar ao vosso lado até ao fim .

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Vodoo Heart












Dá para parar com o Amor se faz favor??!?!??

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segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Radar 97.8

Quem se lembrar do post abaixo, concerteza reconhecerá a concretização da minha intenção na famosa estação de rádio alternativa. Consegui encher-me de coragem e foi mais fácil do que as borboletas no estômago previam! Apesar de um "anh..." meio estúpido, vou ter (?), pela primeiríssima vez, a minha breve aparição na rádio!
Às 8h45, 14h15, 17h15 e 22h15 do dia 12 de Fevereiro para quem quiser partilhar um ouvido e um gosto... muito repetido.

Sr. Morais

5 de Fevereiro de 2008
Carnaval
Super-Terça-Feira nos EUA

Este ano experenciei um Entrudo diferente dos anos anteriores. A verdade é que nunca entreguei grande importância a esta época: primeiro, porque durante 5 anos de formação, encontrava-me sempre embrenhada em matérias relativas à minha área para suceder-me razoavelmente nas provas; segundo, porque nunca enalteci de valor à arte de “mascarar”, às constantes palhaçadas histéricas e muito menos, a ser alvo de brincadeiras disfarçadas de inocentes quando “ninguém leva a mal”, principalmente as que se resumem a levar com ovos, água e demais podridões. Já chega o resto do ano levarmos sem querer, quanto mais agora absorvermos plenamente conscientes toda a porcaria que nos vai cair em cima.

Apesar disto, não desdenho tanto assim. Até acho engraçado, mas quando tenho espírito.

Neste bissexto, não tive espírito... e dispensei as palhaçadas.

Este ano comprometi-me e fui de bagagens relembrar as origens do meu patriarca. Numa terra bem longíqua, que nem as auto-estradas deram para encurtar, dei por mim rodeada de gente, costumes e sabores bem diferentes da vida cosmopolita. Senti, desde logo, a desigualdade vernácula quando me deparei com o nome da dita terra bem por trás dos montes: Vale de Gouvinhas. Que raio são Gouvinhas? (Serão couvinhas ditas depressa e com sotaque?) Permanecerei na interrogação: a tradução não vem no dicionário. A partir daí, sucederam-se palavras típicas estranhas ao meu léxico. Vista de fora, diziam que estava mascarada de criança, pela constante e insistente pergunta:

“- O que é isso?”

Durante este fim-de-semana prolongado, houve um dia que me marcou substancialmente. O dia estava planeado para ser preenchido por um passeio pelas aldeias fora, a visitar um amigo e uma feira típica.
Chovia torrencialmente e as temperaturas baixas denunciavam a localização geográfica. Ensinou-nos uma senhora da zona, já com idade suficiente para a sabedoria popular, que quando no dia 2 de Fevereiro (dia de uma santa que não me recordo o nome), a Santa ri -faz sol, no resto do Carnaval chora. Um riso bem sarcástico, pensámos nós em voz alta.
A sabedoria popular é inabalável na sua verdade e no dia 3 choveu a potes. (Resta-nos esperar por uma Páscoa bem solarenta, como diz o ditado)

Não obstante o dilúvio percorremos o souto e chegámos a Vinhais, à Feira do Fumeiro. As feirantes transmontanas estavam bem identificadas pela placa e indumentária comum à feira. Bem bonita por sinal. Este ano as regras eram diferentes, dizia quem costuma lá ir: os enchidos pesavam-se em duas balanças calibradas para todas as barraquinhas, a fim de evitar escamoteios numas gramas a mais; os preços estavam standardizados em todo o lado, para não obrigar os clientes a percorrerem as barraquinhas à procura do melhor preço:

Salpicão 40 €/Kg,
Alheira 8€/Kg,
Chouriça Doce 7€/Kg,
Presunto 20€/Kg,
Rijões (mesmo que Rojões = Torresmos),
Cuscos (farinha de trigo semelhante aos cuscus marroquinos),
Butelo (espécie de enchido com carne e osso),
Grelos;

e as feirantes usavam luvas.

No meio desta azáfama de fumeiro perguntei-me se a bendita ASAE conseguia insurgir-se no meio daqueles costumes em cú-de-Judas. A sua omnipresença foi confirmada pelo meu tio que me contou que tinham estado lá no dia anterior e tinham proibido a comercialização das cascas de feijão…
Implacáveis.

Era o último dia e, apesar da tempestade, a feira estava composta. Entretive-me a fotografar a tradição, quando irromperam uns caretos pelo meio dos feirantes e da população. Os caretos vestem-se com umas roupas típicas transmontanas, usam máscaras de madeira na cara e giram aos saltos, feitos loucos, adornados com guizos, e estão teatralmente preparados para assustarem as pessoas.

...

As compras estavam feitas e seguimos viagem até um restaurante onde nos serviram uma posta mirandesa salivante. (chicha – carne - de qualidade, acompanhada por rabas – tubérculo laranja, e chícharos – feijão frade).
Satisfeitos com a refeição, perguntámos ao dono do restaurante onde era a aldeia Macedo do Mato. Escreveu-nos duas terras que deveríamos passar antes de chegar a esta:

Limãos e

Binhas.

Bem, lá desafiámos o mau humor de S Pedro e seguimos estrada secundária até Santo Ambrósio. Nem Limãos e muito menos Limões à vista, com o carro na reserva, resolvemos mandar parar um carro e perguntar direcções. Isto porque o meu pai se rendeu às evidências e não quis arriscar desafiar o deserto sem gasóleo e com granizo a bater no vidro!

O Sr. do Opel Sucata mais velho que um Dois-Cavalos acudiu ao nosso ar desesperado e clarificou que
“era só boltar para trás, birar à esquerda, chega a Limãos, bira para Binhas à esquerda e chega logo a Macedo do Mato!”

Até parecia fácil. Inversão de marcha.
Continuámos caminho embevecidos com a simpatia e amabilidade do Sr.
Curiosamente seguiu o caminho à nossa frente. Aos tantinhos, reparámos que esperava por nós para nos indicar o caminho. Atingimos Limãos (um limão, dois limãos…), virámos, chegámos a Vinhas! (comprovava-se o sotaque) e o Sr esperava sempre pelo nosso carro para seguir.
O meu pai:
” - Segue, segue, filha, olha o Sr, está lá à tua espera.”
E eu seguia.
“ – Olha Macedo do Mato! O Sr. também vai virar para Macedo do Mato!”
Gargalhada e especulação geral
“Que espectáculo, a hospitalidade e prontificação transmontanas… Vai de propósito levar-nos à aldeia!”
Houve quem especulasse mais:
“ – Se calhar é da terra e nós a pensarmos que nos está a ajudar… Às tantas é vizinho do Sr Morais!” Outra gargalhada geral.
Chegamos a Macedo do Mato, perseguindo o Opel Sucata. Na praça, o Sr. faz inversão de marcha e o meu pai acena para parar:
“- Por acaso não conhece o Sr. Morais? Psicólogo, solteiro? Daqui da aldeia?
- Eu não conheço, desculpe, eu não sou daqui.
- O Sr veio aqui de propósito para nos indicar o caminho?”
Soltou um
“- Eu bim…” com o ar mais genuíno e simpático do Mundo. Agradecemos profundamente. Isto nunca aconteceria em Lisboa, concluímos.

Esperava-nos mais uma odisseia: encontrar o Sr Morais. Avistámos um Sr. de bengala. Perguntámos pelo Sr Morais, psicólogo, solteiro… ao que respondeu
“ – Eu sou Morais.”
A frontalidade espontânea do meu pai:
“ – Pois, mas não é de si que eu estou à procura.
- Eu xeiiii. É do meu primo. Sigam-me.”
Acompanhámos os seus passos lentamente, ao ritmo da bengala.
Bate à porta.
Não responde.
O meu pai volta a telefonar.
Não atende o telemóvel.
Diz-nos o outro Sr Morais:
“ – Bão até aquela casa e perguntem à irmã. Ele debe estar na casa do irmão, mais acima…!”

(a irmã diz-nos mais acima)
Ali bamos nós. Chegamos a casa do irmão.
Apitamos. Nada.
O meu pai telefona. Nada.
Apitamos mais uma dezena de vezes.
E nada.
Grito do primeiro derrotado:
“- Vamos mas é embora!”
Eu respondo:
“- Com tanta luta, agora não podemos desistir…! Pai vai lá bater à porta.”
Uma Srª aparece à porta.
“ – O Sr. Morais está?
- Está sim. Binde. Entrai.” O meu pai vai.
“- O Sr Morais está?”
“- Então não está a ver a cara feia dele aqui?”
O meu pai ri-se. Volta a olhar e confirma. Também não era aquele Sr Morais! Este era o irmão, com cara de podão.
Voltamos para trás… Passamos na casa do verdadeiro Sr Morais. Porta entreaberta, finalmente!
“- Ó Delfim, ainda bem que chegaste! Estava aqui sentado ao foguinho e deixei o telemóvel para lá, nem o ouvi.”
Sentamo-nos no escano. O Sr. Morais começa a falar eloquentemente e sabiamente sobre tudo. Soubera eu antes o que me esperava e teria vindo mais cedo. Embevecida, escutei atentamente a sapiência: a desertificação das aldeias – Já escrevi, Delfim, escrevi um artigo para os jornais daqui… nem imaginas como fiquei quando consultei as estatísticas. A pessoa mais nova aqui tem 10 anos. – os Judeus que faziam as alheiras para disfarçarem a sua origem; até aos reis de Portugal – D.João III defendeu os judeus ao princípio, mas depois arreou a cueca, como todos Delfim.

O Sr. Morais é assim, sem papas na língua, próprio de quem já não tem nada a temer: comunista reformado, divorciado a caminho dos 69 anos. Deixou a capital para se refugiar na reforma na sua terra Natal. Não lhe interessa mais o ruído. Só quer paz até ao fim. Ele e o sr D. Quixote, que não se importa de reler, em espanhol.

Anoitece.

Temos mesmo de ir embora, papá?

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Ein Freund von mir



A semana passada peguei nas minhas pernas e fui assistir a um filme completamente às escuras, filme esse inserido no ciclo de cinema de expressão alemã KINO, intitulado de Ein Freund von mir (Um amigo meu). A vantagem de viver perto da capital e de trabalhar bem no centro é esta: dou-me ao luxo de ver pérolas que passam ao lado a muitos cinemas comerciais.

Os ciclos do cinema S Jorge são um dever para quem gosta de cinema. Nunca mais me esqueci do filme Odette Toulemonde que finalizou a mostra de cinema francês o ano passado. Simplesmente genial. Tão genial que depois chegou a passar nos cinemas comerciais.

Este não fugiu à regra.
Ein Freund von mir é um filme sobre a amizade e amor (nada de florzinhas acreditem). Os planos são magníficos, cada fotograma é uma bela fotografia, as interpretações são fabulosas - é impossível não ficar contagiada pela inocência pueril do amigo, brilhante representação do actor de Goodbye Lenin. A banda sonora puxa pela lágrima (um pouco de nada exagerada no tempo, às vezes dá a sensação de videoclip, mas a música coaduna bem com o filme)... e mais não digo, porque aconselho a toda a gente que queira sair com a sensação de bom filme visto, a arranjar este filme onde puder.
Com este filme, ri à gargalhada e sorri como se estivesse apaixonada.
Com este filme, deixei escapar uma lágrima e deixei explodi-las como se o saco tivesse rebentado.
Com este filme, saí mais forte e inspirada para o meu curso de pintura.
Quero ver outro igual a este.