quinta-feira, junho 21, 2007

Auto-Mentalização

Não está certo.

Tzzzunt Tzzzunt ZzzZzzZZZZZTTT!

Curto-Circuito neuronal: neurónios fliparam. Bloqueio mental.

TunTunTunTunTun- TunTun- TunTun-TunTun-TunTun-TunTunTunTunTunTun

Pára de bater coração, pára, pára, pá-ra, p-á-r-a... De tanto bater, qualquer dia páras de vez.

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Não páres, abranda antes... Mais devagar....

TunTun.......TunTun...... TunTun.........

Afinal, não é por isso que o que queres vai ficar.


Por que é que me apetece o que não está certo.

quarta-feira, junho 20, 2007

Transeunte Voyeur

Rua Serpa Pinto. (Quem foi Serpa Pinto?) Oficial do exército extinguido em 1900. Acabará um século e começará um outro no qual eu cheguei ao Mundo. Sem me pedirem licença. Sem me rogarem permissão.

Rua Serpa Pinto. (Mas afinal quem foi Serpa Pinto?) Vagueio como uma transeunte voyeur, reparo, reparo... sim, reparo, examino o candeeiro amarelo que ilumina a janela e pergunto-me se o sol chegará a iluminar a minha casa.

Observo outro transeunte que também repara em mim. (Será que é por estar só, também, como eu?) Estava sentado atrás de mim, de olhos postos num livro (que depois se desviaram). Minutos depois, atravessa-se à minha frente. Eu reparo e reconheço. Confirmo a minha memória visual olhando para trás, confirmo se já não estava sentado na cadeira por trás de mim. Não estava. Era ele. Só e com rugas que marcam uma vivência. Que rugas... depressões marcadas por uma força muscular que contraria qualquer fibra elástica da pele... e a parte.

Irreversivelmente.

A parte.

Como se o tempo tivesse expirado. É a apoptose.

Não o culpem por ter rugas. Chega de ostracizar a vetustez, de preconceituar a sapiência. Ninguém tem culpa da pele ceder.

"-Ah! Olha aquela cheia de rugas!" Aquela que se expõe constantemente em revistas cor-de-rosa (sujeita-se a isto, ela)... expõe-se, expõe-se... há alguém que não se expõe? Por acaso vivemos enclausurados longe da convivência social para ficarmos imunes à percepção real dos outros que nos olham? (Dos outros que estão desejosos de nos detectarem fragilidades, para nos apontarem?)

Culpem o velho se ficou velho e não aprendeu.

Culpem o velho se errou e não aprendeu. Se voltou a errar e não aprendeu. (ah, e quem não voltaria a errar, mais uma vez?)

Culpem-lhe se a evolução (sim evolução) para a velhice não se traduz em sabedoria... em inteligência... em partilha altruísta de tudo o que a vida lhe ensinou ou de tudo o que dela quis aprender.

Culpem-lhe se a velhice não se traduziu em complacência.

Vá lá... não lhe culpem pela sua existência.


(Que admiração (esta minha) pela anciania. Que enjoo. Não me consigo calar, parar de escrever sequer.)

Vómito

Penso que, penso que... penso tanto. Que enleio. Que novelo desorganizado.

Absorver Lobo Antunes até ao âmago da alma. Adorar, adorar. Adorar ler Lobo Antunes. Gostava um dia de ser assim, escrever assim, exprimir-me assim. Parece que as palavras lhe vomitam do núcleo por um fenómeno de sublevação. Palavras nada congeminadas, nada predeterminadas, nada calculadas, não há matemática na escrita... muito menos exactidão. Aposto que a caneta não acompanha a força impeladora que sente e o obriga a escrever. A vomitar.

Forgive me. Let live me. Set my spirit free.

Música deprimente que se dissemina em partículas subtis e atinge os ossículos do meu ouvido... tornando-se vibrações traduzidas em mim (e por mim) em lembranças, em palavras, em sonhos, em ilusões. Por que é que o que nos deprime nos incita a escrever... nos inspira? Letras de músicas de amor, não são mais do que reflexos de frustrações... pelo tempo que não volta, pela pessoa que queremos agora e não volta, pelos momentos partilhados que não voltam. Que erro. Dignificar a tristeza. Recalcar a rejeição. Enaltecer a indiferença. Glorificar em poemas, prosas ou músicas, o desamor. Que erro. Que também cometo.

Queria escrever como ele, viajar como ele, afinal sinto a mesma vontade de escrever de seguida sem resguardo ou pudor. Afinal sinto a mesma vontade de vomitar sem esta ter sido causada por uma quantidade absurda de gramas de álcool no meu sangue, no meu corpo.

Mas talvez não. Talvez não queira ser como ele.
É bem melhor escrever, vomitando, sem compromissos de sintaxe, sem exigências de semânticas e de coordenação. Já um outro (J.L.Peixoto) escreve dois pontos, seguido de palavra, seguido de dois pontos, seguido de palavra. Contraria todas as regras de linguística por mim (não tão bem) absorvidas e (algumas já) esquecidas... Mas conseguiu, conseguiu, pois conseguiu, ser reconhecido. Aqui e lá fora. Lá fora é traduzido. É reconhecido.

Mas não é isso que eu quero.

Só quero que tu, que não me vês mas que és visto por mim, consigas absorver as minhas palavras e sentir tudo o que eu sinto quando as escrevo... para ti.

segunda-feira, junho 18, 2007

Viagem introspectiva

Quero, quero... Não, não.
Espero, espero, e por esperar, desespero.
Mas não passou assim tanto tempo, afinal, estou calma, estou em paz, nem desespero tanto assim.
Só quero um lugar para mim... estar completamente completa, viver plenamente na plenitude.
Mas eu estou bem.
Já cheguei.
As viagens solitárias e introspectivas dão-me para isto.
Fazer o quê.

Mensagem

O romantismo e o amor não existem, apenas, entre sexos opostos.
O amor e o romantismo entre sexos opostos são apenas uma grande fatia que as pessoas insistem em valorizá-la como se fosse o bolo inteiro que alimenta a vida.
Falta o amor pela família, gata, futuros filhos (amor incondicional)...

Falta o amor pela amizade, pelo prazer de vida...

Faltam muitos outros amores... e todos estes amores, romanceados ou não, ao contrário do outro, serão para sempre eternos e verdadeiros.