sábado, abril 15, 2006

"Imobilizações" não encenadas















Foto 1: Tia Avó Isidora.














Foto 2: Vista da Casa da Cerca (Almada).














Foto 3: Rapaz com bola nas escadas (Almada).















Foto 4: Isidora a descascar uma laranja.
















Foto 5: Jogo de Snooker na Sociedade Filarmónica da Incrível Almadense (SFIA).





















Foto 6: Jogo de Damas na SFIA.



sábado, abril 08, 2006

O Ritual



O ritual é sempre o mesmo. Fora isso, não seria ritual, não seria protocolo.
Aacabei de chegar de um ritual. Doiem-me os pés. Estão calejados do protocolo dos saltos altos em dias de cerimónia, porque não estão habituados. E habituada nunca estará a minha alma a tais rituais. Porque não se identifica. Porque não vê nada de novo, nada que lhe ensine e lhe surpreenda num dia de calor inesperado de ritual.

O padre recita sermões decorados num tom de voz gravada e ajuda-me a confirmar a minha heresia. Nada de novo. Só surpreendeu pela rapidez do sermão. O Santo António não foi assim tão fugaz com os peixes, mas eu agradeci a brevidade. Acho que tal foi justificado pela pressa em que saiu da linda capela, disfarçado de jeans (ou seria disfarçado de padre?), de pasta na mão, óculos escuros e de cigarro aceso.

Batem chapas a cores, são os fotógrafos que tentam dar vida ao ritual para assim posibilitarem uma recordação gravada e eterna. Sim, porque a nossa memória atraiçoa-nos e nunca sabemos se amanhã recordaremos o ritual. Nunca saberemos se o SIM de hoje será um NÃO daqui a horas, dias, meses, anos. Nunca saberemos se a pessoa a quem nos entregamos hoje, não nos deixará plantadas com os filhos para cuidar e educar, amanhã. Nunca saberemos o amanhã. Mas assim é que tem piada.

Foi mais um casamento. Não quero aquela tradição no meu casamento, por isso acho que não vou querer seguir um ritual. A minha grande amiga quis, e agora está feliz. Sem mais críticas e rejeições a rituais, nestes momentos o que mais importa...é saber que quem eu amo, seguiu o seu sonho.

sexta-feira, abril 07, 2006

Julieta


"Julieta", disse ele.
E voltou as costas.
Como se quisesse escolher o nome para uma filha que seria fruto de um amor que nunca tivémos. Ou que, pelo menos, ainda não teríamos tido.
Como se fosse de partida à descoberta de novos trilhos, numa caravela de D. Afonso Henriques, e ansiasse escrever um nome numa carta dirigida a mim. A mim e à Julieta.

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo. (...)

Fernando Pessoa

Para que a mensagem não se perdesse, boiando num mar imenso encarcerada numa garrafa de cristal. Cristal diamante que brilhasse mesmo num dia chuvoso e enovoado de Abril. Para que fosse encontrada. "Abril, águas mil." Águas de mar e de chuva que me revestissem numa segunda pele e me oferecessem, para além da sua frescura natural e revitalizante, uma promessa inverosímel... mas credível no seio da loucura de um sonho.

MaryMoon

domingo, abril 02, 2006

Tulipas


"Tulips" from BLOC PARTY

When you said tulips
I knew that you're mine
When I caught you there
Crying in the night
Wearing my jacket
Wearing that smile

I knew that I'd found you

This could be an opportunity

Were you unawares?
Did it catch you out?
Or did it break you in
Right from the start?
It's as pure as fire
It's as pure as snow

I knew that I'd found you

This could be an opportunity

If you promise to let it
If you promise to let it grow

'Cos you're the one I love