quinta-feira, setembro 27, 2007

Opposite

Por que é que o que uma pessoa quer, quer outra coisa que por sua vez quer outra; esta outra ainda quer mais... mas mais outra, outra diferente e não recíproca da coisa que o quer. Círculo vicioso?

Fdx.

7 comentários:

______ disse...

A insatisfação permanente faz tanto parte da condição humana como ter polegares oponíveis: às vezes pode ser chato mas dá muito mais jeito quando se quer aprender a tocar piano... :-)

MaryMoon disse...

Sim, a arte é essa. Aprender a deixar as frustrações e a aceitar o inevitável, procurando sempre o que está cá para nós. Assim como o piano.

______ disse...

Desde que essa "aceitação do inevitável" não se torne em conformismo.

Anónimo disse...

Ora, aproveitando esta onda musical...e os nossos amigos "Humanos"(ou serão Umanos???)aqui fica uma bela "Variação", que tão bem ilustra este lindo círculo (quadrado, triângulo...)vicioso que dá sabor à vida ;)

Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P’ra não chegar tarde

Não sei do que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
A quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só
Quero quem quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem quem não conheci
Porque eu só quero quem quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem quem não conheci
Porque eu só quero quem quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder

Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
A vontade de partir
P’ra outro lugar
Vou continuar a procurar
O meu mundo o meu lugar
Porque até aqui eu só

Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir aonde eu não vou
Porque eu só estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir aonde eu não vou
Porque eu só estou bem aonde eu não estou

******´s
MP

Tânia Mealha disse...

Umas vezes é assim, outras não! Se quiséssemos todos o mesmo também era um problema, porque não haveria maneira de satisfazer o mesmo gosto por uma mesma coisa - alguém ficaria sempre insatisfeito.
Além disso, se estamos a falar no campo das relações humanas, presumo que ser contrariado ajuda a criar uma resistência à frustração necessária para a luta diária que é a busca de algo com que nos identificamos e que se identifica connosco. Já para não falar de que umas vezes pensamos que queremos coisas que afinal não existem realmente, foram idealizadas por nós e fabricadas por outros.

Ok, mas a ideia não é continuar nesta negativa construção da fatalidade que é a insatisfação do nosso id.

Num campo mais metafísico, talvez as coisas aconteçam de uma determinada forma por uma determinada razão, e no fim, o que resta é a eterna esperança da nossa resiliência. E talvez, talvez só para nos alegrar nos console o facto de a liberdade e alegria se encontrar dentro de nós próprios. Mesmo quando perdemos a forma como vivemos essa perda, de forma negativa ou positiva, depende da construção imagética que fazemos dela.

Para acabar com a "dissertação" (que já chateia - lol), se queremos mesmo uma coisa queremos até ao fim! Até ao fim, quando se revela a realidade ao invés da idealização. Quem sabe se esse alguém não quer outro alguém que não existe. Ou que somos nós que queremos algo que não existe. Claro que fica a dúvida: não existe nessa pessoa particular, ou não existe em lado nenhum, ou existe dentro de nós e ainda não o encontrámos?!

LoveU
Eu

MaryMoon disse...

O conformismo pode não ser negativo, se conduzirmos a nossa vida de modo a lutarmos por outras coisas... que também nos queiram realmente. Conforme-se quem luta até ao fim... e não consegue. Mas lutou, tentou, essa é a prova de que não vale a pena mais! Conformar não é resignar e ficar deprimido. É perceber que o caminho não é por ali. É entender que há outros que nos podem fazer bem mais felizes. Tal como a música dos humanos que também erram (ah esses erram constantemente, então não querem só quem nunca viram?), eu vou continuar a procurar o meu lugar e lutar até ao fim, até que se "revele a realidade ao invés da idealização".

______ disse...

... e quem escreve assim... não é disléxico!! :-)