sexta-feira, outubro 24, 2008

Frágil

Há um linha tão ténue...
Consegues perceber porquê?
Tudo o que já senti, tudo o que já passei, tudo o que nunca soube... nem nunca saberei.
Pelo menos pelas tuas palavras.
Nunca saberei.
Há coisas que simplesmente não se partilham. Toda a gente tem os seus segredos.
Eu tenho os meus, que ninguém sabe.
Mas desistir, virar costas, render-se ao caminho mais fácil só porque aparecem barreiras?
Só porque... a vida não é fácil?
Só porque... eu não sou fácil?
E o que se acumulou, o que me marcou, o que passou e não consigo esquecer..?
O que faço com isso.
Embrulho e envio para o Japão?
Ou amarroto e deito para o lixo?
É solução?
Carregar num botão automático e no momento seguinte esquecer tudo, limpar tudo e avançar... assim? Sem qualquer resquício de mágoa, de ansiedade e dúvida?
Não percebes pois não.
Não percebes que um dia, quando olhares para trás e perceberes que tudo o que se adiou foi fruto da hesitação, vais finalmente entender-me... Vais conseguir discernir que Roma e Pavia não se fizeram num dia e ainda que sem bases sólidas é impossível sustentar o que tão pouco se construiu.
Principalmente quando não se têm projectos.
Nenhuma casa começa pelo telhado.
Sabes melhor do que eu.